terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A sociedade do cão

apenas um cão
corrente na espinha
ouvidos atentos
olhar vigilante
farto de olfato

não teme não sabe
de onde de fato
espera mais tarde
o prato de carne

recebe de novo
o banho incômodo
a tesoura polida
o perfume fedido

ao espelho não olha
que significa a imagem
não descobre o sentido
um conceito perdido

a simetia perfeita
do dono canino
não vê o traçado
em tudo mudado

os olhos já cegos
a alma perdida
não mais se conhece
tal face num homem

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